"Cristãos & Pimenta" ganhou o prémio da Associação Portuguesa de Ciência Política (APCP) para a melhor tese de Ciência Política e Relações Internacionais apresentada nos anos 2006 e 2007. Em Adriano Moreira, teorizador relutante, cristãos e pimenta é metáfora e ponto de partida para compreender a política das relações internacionais: o 'internacional' como esfera de sociabilidade marcada pelo sincretismo de interesses e valores, guerra e paz, ordem e contingência, consentimento e imposição, a sociedade internacional a caminho de um qualquer modelo comunitário mas também a disfunção recorrente da sua 'vida habitual'. Anarquia, sociedade de estados ou comunidade global, o elemento dramático parece então residir no jogo de forças que sempre "depende da intervenção voluntarista de homens agindo em função das suas matrizes valorativas, objectivos e percepções". A resposta do marinheiro de Vasco da Gama nas praias de Calecute sobre o que haviam ido buscar tão longe serve assim para ilustrar, e aderir, ao sincretismo de uma tradição política racionalista concebida como via media entre realismo e idealismo.