Roteirista de novelas como Por amor e Andando nas nuvens, Letícia Dornelles estréia na literatura com COMO ENLOUQUECER EM DEZ LIÇÕES, divertida sátira dos bastidores da criação de uma telenovela. Personagens exóticos ajudam a contar a história de uma novela levada ao ar por uma emissora paraguaia, com sede em Niterói. "Ficou bem divertido," confessa Letícia. "Como dizem que os produtos made in Paraguay são falsos, o mesmo posso dizer dos personagens que batem ponto nessa emissora." Qualquer semelhança terá sido mera coincidência. COMO ENLOUQUECER EM DEZ LIÇÕES acompanha a história de Criatura Chucky, o malévolo, um gigolô cuja mulher se cansa de sustentá-lo e arruma para ele, com um executivo da tv, um emprego como autor de novelas, graças ao talento de Chucky para a mentira e a farsa. Ele se entusiasma, pois imagina viver em festas e na ilha de Faces. Mas quando a cobrança por uma história realmente começa, ele literalmente se finge de morto para não trabalhar. A exótica equipe montada ao acaso é quem assume a trama e seus deliciosos personagens para lá de kitschs. Rosinha Cor-de-Rosa é uma caricatura bem-humorada das heroínas doces e meigas que enlouquecem os telespectadores com seus excessivos ingenuidade e otimismo. Seu maior desejo é ter uma cachoeira de água benta em casa para ficar ainda mais pura, no melhor estilo Doris Day. "Por que ela, aos 30, não pode ser a heroína virgem e pura do Brasil?", reflete Letícia. Cleópatra Taylor, mãe de Rosinha, é uma dona-de-casa, que se trata a filha como projeto de apresentadora infantil. E é ela que, com o sumiço de Criatura Chucky, dá os melhores palpites para a trama. Uma noveleira de mão cheia. Letícia Dornelles sabe bem do que fala em COMO ENLOUQUECER EM DEZ LIÇÕES."Escrever novela é uma das atividades mais estressantes que um ser humano pode realizar e, ao mesmo tempo, uma das mais prazerosas," conta a autora. "É delicioso saber que um texto, um diálogo, que você escreve numa madrugada solitária, dali a alguns dias vai ser visto por milhões de pessoas, vai ser comentado, pode lançar moda, emocionar, criar tendências, fazer rir, colocar o povo para pensar, marcar época. No decorrer do livro e da trama, Letícia Dornelles mostra como é exaustivo o processo de se escrever uma novela. Usando a sátira para inteirar o público do que acontece antes de um capítulo ser gravado, ela elabora uma espécie de manual para futuros roteiristas de televisão. "Quem não enlouquecer depois dessas dez lições, com certeza vai passar a ver a novela com outros olhos. E acreditar que nem toda loucura é ruim," finaliza. Letícia Dornelles, gaúcha de Uruguaiana, tricolor, libriana de 30 de setembro, aprendeu a ler aos 3 anos e, aos 15, entrou para a faculdade de Jornalismo. Estreou como repórter aos 19, no Fantástico, de onde saiu para o Globo Esporte. Convidada por Walter Clark, apresentou o Rio Urgente, na TV Rio. Na equipe de Luciano do Valle, na Band, apresentou o Esporte Total. De 600 trabalhos enviados, ficou entre os 12 selecionados para a Oficina de Autor da Globo. Foi a única contratada. Estreou em novelas no horário nobre em Por amor. Também escreveu Andando nas nuvens.