No fim dos anos de 1990, o linguista Mark Turner propõe que a capacidade de contar estórias, projetando-as no tempo e no espaço, não é uma característica da mente literária, mas de toda e qualquer mente. Usa, então, a figura da parábola como modelo básica da ciência cognitiva e ressalta o aspecto relacional que a sustenta: diferentes estórias são organizadas em uma rede, partilhando uma estrutura. O grupo de autores envolvidos neste livro, consciente de tal força, se propõe o desafio de perseguir alguns elementos dessa equação que não se fecha: o texto, o autor, o leitor, o mundo, os quais são analisados em seus vários aspectos, sempre de forma interativa e recursiva. No campo da produção textual, examinam-se relações da literatura com outras artes e outros discursos, com as tecnologias e suas novas possibilidades, com seus estatutos em relação com o publico infantil, juvenil e adulto.