Voto e competição política na Primeira República analisa os processos eleitorais brasileiros ocorridos entre 1889 e 1930. Trata-se de uma proposta revisionista sobre um assunto amplamente debatido na historiografia nacional desde meados do século XX, mas que ainda é marcado por esquemas explicativos que tendem a reduzir a percepção sobre os pleitos do início da república à noção de um campo político limitado aos integrantes das oligarquias, logo sem concorrência, ou como diria o jargão popular: um jogo de cartas marcadas. Ao contrário destas percepções, as análises que compõem esse livro indicam a existência de razoável grau de competição nos pleitos para a Câmara Federal, inclusive em Minas Gerais, estado cuja oligarquia era considerada como uma das mais coesas, portanto, em tese, capaz de inviabilizar ou sucesso de dissidentes e opositores. Obviamente, alguns dos jogadores, neste caso os candidatos, detinham vantagens, como a de estar relacionado na lista de elegíveis da situação. Para além da metáfora do jogo, a perspectiva ora proposta é a de que as eleições não se limitavam a alguns indivíduos privilegiados pelas oligarquias, a ponto de inibir a concorrência, a ela poderiam recorrer quaisquer pessoas que contemplassem as exigências legais. As análises que compõe este livro são inovadoras e pautadas em ampla documentação e profícuo diálogo com estudos recentes sobre o assunto. Assim, esperamos que este estudo, em consonância com outros que tem revisto a história política e social das primeiras décadas do regime republicano possa contribuir com as reflexões do público especializado, bem como proporcionar aos leitores que se interessam pelo assunto uma perspectiva alternativa sobre as disputas eleitorais de nossa Velha República.