Jorge Ialanji Filholini faz uma mistura quase impossível: a literatura, o cinema, a vida com todos os seus prazeres, dúvidas e dores e a morte. Temos aqui um escritor cuja crueldade é aterradora. E bela, o que torna tudo ainda mais perigoso. Os contos começam como filmes, apresentam a situação, as personagens e, quando você está distraído, Jorge atira. Para matar. E nada do que você imagina é o que de fato acontece. Não é um livro de contos, é um livro de suspense. Jorge escreve olhando na sua cara, apaga a luz da sala de projeção e o que aparece na tela é a sua alma, que é também a dele, dissolvida nas personagens. Então temos a ficção, que ainda é a melhor parte da realidade. Fernanda D'Umbra.