Iniciaremos com uma constatação: é raro encontrar entre os educadores que se preocupam com a questão do cotidiano, uma reflexão sobre o significado desse termo. No mais das vezes ele é adotado e utilizado em sua acepção cotidiana e de forma cotidiana, ou seja, é adotado o significado corrente e natural da palavra e isso é feito de forma espontânea, não reflexiva, como uma obviedade. Uma outra constatação é a de que essa atitude de naturalidade para com o significado de cotidiano se faz presente até mesmo em estudos que procuram adotar uma atitude crítica para com o cotidiano. No caso específico da educação escolar, a adoção espontânea desse significado de cotidiano traz consigo também respostas espontâneas a perguntas quase nunca formuladas de maneira clara e explícita. São perguntas como: a atividade educativa escolar é parte integrante da vida cotidiana? A mesma pergunta pode ser feita de outra forma: quando nos referimos ao cotidiano de nossa sociedade contemporânea, podemos incluir a educação escolar como parte integrante desse cotidiano? Uma outra dessas perguntas seria: podemos considerar a relação entre educação escolar e prática social do indivíduo, como sinônimo da relação entre educação escolar e vida cotidiana do indivíduo?