Este livro tece uma reflexão sobre a noção de pessoa dos índios Waimiri-Atroari, povo caribe-guianense, com um foco no ritual de iniciação masculina. O ritual é abordado como um momento de aquecimento das trocas simbólicas deste grupo, em que o neófito incorpora diversas perspectivas ou pessoas em diversas escalas. É neste ritual que o socius, as relações e as pessoas Waimiri-Atroari são produzidas, momento em que as qualidades que se deseja apropriar circulam e conformam os futuros homens do grupo. As páginas que aqui se encontram mostram como são produzidos os verdadeiros homens kinja. Para tornar-se parte do “nós” – perspectiva atualizada durante o ritual, mas que pode ser perdida –, para tornar-se um ser consanguíneo, o menino deve ser fabricado enquanto tal, contra-inventando a afinidade.