Eu sou 40 000 milhares de milhões de células. No seio das mesmas, centenas de milhões de reacções químicas em cada segundo. Números que causam vertigens. Eu sou uma holding, ao pé da qual a mais sofisticada das multinacionais faz uma triste figura. A minha muralha de defesa (4 m2 de pele) está coberta por captores (detectores de choques, de temperatura...). Sou dotado de uma climatização (os poros), de um serviço de informações (os cinco sentidos), de comunicações rápidas (os nervos), mais lentas (as hormonas), de uma defesa imunitária e finalmente de uma direcção-geral (o cérebro) a quem cabe arbitrar os conflitos e estar atenta à substituição do pessoal (a procriação). Este inventário do corpo humano, nunca feito pelos manuais de biologia, fervilha de revelações surpreendentes. Oferece ao público a visão de um universo quase desconhecido e, no entanto, o mais próximo possível. Uma certeza: ninguém que faça esta viagem poderá, no futuro, olhar-se como dantes. ANDRÉ GIORDAN, doutor em Biologia e em Ciências da Educação, ensina na Universidade de Genebra ao mesmo tempo que estuda há mais de vinte anos, qual explorador, a geografia do infinitamente pequeno que compõe o corpo humano.