Mesmo sem aderir, de lege lata, a todas as conclusões e sugestões alvitradas, é de reconhecer-se que o estudo é notável pela riqueza de ideias e pelo rigor com que foram concatenadas. É admirável o elevado critério lógico e jurídico empregado na pesquisa dos problemas vivenciados pela justiça em nosso meio e em nosso tempo, assim como na programação de lege ferenda de providências inovadoras para equacioná-los e resolvê-los de maneira mais satisfatória. Após rica exposição estatística e comparativa, o autor nos leva à conclusão de que, de fato, a justiça brasileira além de a mais cara é também manifestamente ineficiente, no que diz respeito à gestão processual. Convence-nos, outrossim, de que a ausência de outros meios não judiciais e não estatais empregados com habitualidade na solução de conflitos configura um dos fatores sérios do agravamento da crise de nossa justiça. Fator este que se alia à explosão de litigiosidade que domina nossa sociedade contemporânea, para comprometer e impactar qualquer esforço intentado por aqueles que se propõem a trabalhar pela superação das mazelas da tutela jurisdicional pelo Poder Público. Se o estudo não consegue resolver todos os dificultosos impasses detectados no caminho penoso de acesso à justiça, demonstra abundante força e estímulo aos estudiosos conclamados a se emparelhar com o entusiasmado autor no enfrentamento da gravíssima crise analisada.