O leitor leu poucas páginas de Lagoa dos Cavalos e já sabe que o menino, nascido no primeiro capítulo e batizado no segundo, é filho de padre. Criado e educado por mulheres amancebadas com padres, ele será padre também. Estamos falando do padre Diogo Antônio Feijó, inquieto personagem desta narrativa cativante da conturbada história do Brasil. Mente-se já na pia batismal, quando o celebrante declara que o menino é filho de pais incógnitos, entretanto presentes ao acontecimento inaugural de sua vida católica. Desde há algumas décadas está comprovado que o padre Diogo Antônio Feijó é filho ilegítimo do cônego Manuel da Cruz Lima, de Curitiba, ou de outro padre de nome parecido: Félix Antônio Feijó. José Carlos Gentili, baseado em documento histórico que ninguém põe em dúvida, diz que a mãe do padre regente do Império do Brasil não é a viúva Maria Gertrudes de Camargo e, sim, a irmã dela, Maria Joaquina Soares de Camargo. O arranjo para o batismo tinha sido feito pelo padre Fernando [...]