A força motriz da história é a condição humana, em tudo o que ela tem de bom e mau. Todos temos sonhos, frustrações, desejos, expectativas, dúvidas, angústias, aflições. Somos forçados a ter de optar entre caminhos e a arcar com o que disso decorre. Enfrentamos desafios, ora ganhando, ora perdendo. Somos todos a matéria-prima das páginas do mundo. Este livro parte dessa premissa em busca de um recorte conceitual específico: os anônimos sujeitos da história. É fruto dos trabalhos de conclusão da disciplina Fundamentos da Educação Ambiental (do mestrado em Desenvolvimento Sustentável, realizado na Universidade Federal do Amapá). O tema, Eu, sujeito da história, fez os alunos e alunas buscarem o sentido social de sua existência. Pelo filtro da subjetividade das narrativas aqui arroladas, desfiam-se fatos recentes da história brasileira, como a transformação do Amapá em Estado (consagrada na Constituição de 1988), a Guerrilha do Araguaia e as Diretas Já, além das dinâmicas dos movimentos estudantil, político, sindical e ecológico. A isso se somam as impressões de quem, a fim de estudar ou trabalhar, viu-se obrigado a trocar a paisagem ribeirinha de chão batido, rios e igarapés pelo asfalto dos centros urbanos. Memória da trajetória escolar, o impacto da conquista de uma vaga na universidade, o início da vida independente, muitas vezes por conta própria em meio a gente desconhecida, o primeiro emprego, namoros, casamentos e separações, a difícil conciliação entre família e vida profissional, todos esses aspectos constituem a trajetória não só dos autores e autoras aqui reunidos, mas também de muitos de nós, leitores e leitoras, escritores e escritoras de nossas vidas.