Luiz Alberto Mendes é um caso à parte na literatura brasileira. Antigo interno do sistema carcerário, descobriu o poder da palavra escrita na prisão. A partir daí, nunca mais parou de escrever. Pura catarse. Seu primeiro livro, o romance Memórias de um sobrevivente, publicado em 2001, surpreendeu pela maneira direta e rude de narrar a realidade, sem floreios. O sucesso confirmou que o escritor estava no caminho certo. Vieram outras obras, com igual receptividade. Cela forte, publicado na coleção "Literatura periférica", reafirma as qualidades do autor, agora depuradas pela experiência. Num clima denso e desesperançado, Mendes descerra novos aspectos de uma realidade desagradável, contundente, ferina como um punhal, mas viva e palpitante, extraída de sua vivência pessoal.