Movimento contemporâneo do capital, em resposta à sua crise, vem ampliando o sacrifício de largas faixas populacionais, particularmente de certos segmentos da população pertencentes às regiões do chamado capitalismo periférico. Isso porque esse movimento de mundialização financeira, em favor da valorização do capital, tem provocado significativos prejuízos ao trabalho e à satisfação das necessidades sociais. Dessa maneira, ao lado das comemorações de conquistas como a Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado, como a Declaração dos Direitos Humanos, como a Constituição da República Federativa do Brasil e o Estatuto da Criança e doAdolescente, vivenciamos a destituição de direitos e a consequente intensificação das mazelas sociais. Ou seja, evidencia-se a polêmica questão do real e do abstrato/formal no plano dos direitos, nos levando à premente discussão do ser e do dever ser, a necessárias reflexões no campo dos valores, da moral e da ética, apontando nesse curso o horizonte da justiça social e o da emancipação humana a leitura dos ensaios que constituem o livro não será necessária apenas para os estudantes, professores, pesquisadores e operadores profissionais do Serviço Social, na medida em que o seu conteúdo crítico e o sugestivo conjunto de questões, abordadas pelas autoras, devem ser enfaticamente recomendados para estudantes, pesquisadores e profissionais da área comum das chamadas Ciências Humanas, especialmente o Direito, a Ciência Política, a Sociologia e a Economia. Afinal, a racionalidade que rege a dinâmica da acumulação na fase contemporânea do capitalismo, assentada na minimização do Estado, na precarização do trabalho e na financeirização da economia, encontra nas economias subordinadas um terreno extremamente favorável à implementação de políticas sociais que viabilizem, sob vários mecanismos, a terceirização, a degradação do trabalho, a escamoteação e a flagrante violação às próprias normas jurídicas referentes à proteção do trabalho