A versão senequiana da história de Medeia, filha de Eetes, rei da Cólquida, e da sua tormentosa paixão pelo argonauta Jasão é tido como exemplo de um novo gosto literário, quase barroco e impressionista, em que visualização e exploração do macabroe da violência se cruzam com uma forte atração pela magia e pela feitiçaria. Medeia, neta do Sol, sobrinha da feiticeira Circe e, segundo algumas lendas, filha de Hécate, detentora das artes de magia, é uma figura portentosa e paradigmática, capaz de usar todos os seus dotes sobre-humanos ao arrepio da natureza e da humanidade.