Antes do advento do espiritismo, em meados do século XIX, as referências sobre a vida após a morte só eram encontradas nos livros de ocultismo e magia, estudados nos fechados círculos das escolas iniciáticas. Posteriormente, as novelas esotéricas, que se assemelhavam aos romances espiritualistas atuais, utilizaram-se dos termos e conhecimentos da teosofia, e, com suas fortes e ricas narrativas, contrubuíram sobremaneira para divulgar os mistérios do “outro lado da vida”. O lançamento do Livro dos Espíritos acabou por popularizar o tema, favorecendo a edição das demais obras. Foi então que se percebeu a similaridade de idéias altruístas entre as novelas esotéricas e a literatura espírita: a natureza humana é retratada em suas diversas facetas com um realismo impressionante, em que o teatro da vida não consegue esconder o que se situa por trás da mascara das personalidades; a ausência das camadas de verniz da hipocrisia revela características surpreendentes de pessoas “acima de quaisquer suspeitas”, numa época em que os aspectos exteriores equilibram os relacionamentos humanos. Estes e outros enfoques são encontrados em Viagem Astral, onde exemplos de outra época se mostram tão presentes em nossa realidade. A descrição dos cenários astrais e o relacionamento entre os que ali convivem são retratados detalhadamente nesta obra, e ainda vemos o poder das forças negativas, que, por meio dos magos negros e seus asseclas, influenciam a sociedade em seus vários segmentos, tirando proveito do excesso de materialismo em que está mergulhado o homem. Belíssima obra!