"O barroco de que falamos se encadeia e se craveja com e a partir da paisagem visual do continente, arrefecendo a atuação dos sujeitos e dilatando a ação do múltiplo e variado das coisas da natureza/cultura. Vem de baixo, do lado e de fora para dentro. Acentua sempre o gesto físico e vocal, seja gráfico ou visual. Barroco barroso (o barro e a borra de Manoel de Barros), ancestralidade bugra e festeira de onça: feito a partir desse salto onceiro, desse outro-quase-homem se apossando do idioma. Quando os melismas (essa ornamentação pré-silábica dos vozerios da mata e das ruas) agem, até as escritas ficam marchetadas pela paisagem florestal e urbana. Daí o método da tradução fundante, aquilo que enlaça o múltiplo e o variado em conjuntos sem preabertos de dentro para o exterior e vice-versa. Para este melaço barroco, antes de mais nada há a tradução entre voz e vegetação. [...]