A autora deste livro, minha amiga e colega Leandra Felipe, desenhou o seu próprio prefácio ao conceber essa bela prosa poética: Carta de um poema ao seu poeta Caro poeta, Peço-te que não me guardes em refratário. Não me deixes ficar presa no vácuo entre seu desejo e sua mania de ficar contido. Libere-me, por favor. Não quero ficar guardado no vasilhame dos seus pensamentos soltos e das suas palavras solitárias. Por favor, querido poeta, não prendas este dom que tens, que bens sabes ser eu mesmo. Não me prenda em lugares isolados, ou pior, não deixes de pensar em mim. Não me evite em seus momentos de conflito. Lembre-se: Sou poderoso nos conflitos, criativo nos amores, reflexivo em tempos de inércia. Meu querido poeta, não me sufoques, antes disso, produza-me. Escreva-me. Dê-me asas para voar. Deixa-me ter a chance de ser lido, deixa-me mostrar aos outros quem tu és. Deixa-me colocar encantamento nos olhos daqueles que me lerem. É claro, querido, que irão me julgar, irão me classificar. Mas estou pronto para julgamentos. Os louros e as críticas serão colhidos por nós dois. Não te detenhas mais. Escreve-me. Estou pronto.