Quanto às palavras, são códigos que permitem todo tipo de elucubrações, desvios de intenção, falseamentos, floreios, construções retóricas e semânticas fictícias, discretas ou absurdas, que muitas vezes se distanciam drasticamente do pensamento, e este, por sua vez, pode se distanciar outros tantos anos-luz do sentimento, que fica a três idas a Júpiter do inconsciente.   Então, temos que admitir: as palavras mentem. Mesmo assim, construímos grande parte de nosso mundo com essa poderosa e, tantas vezes, perigosa ferramenta, fabricante de crenças, conhecimentos, costumes, leis e poesia. Mas é o que temos, pelo menos até hoje.