Nesta obra é explorado o contributo de algumas teorias sociais contemporâneas: as origens e os efeitos da degradação do ambiente nas sociedades modernas, e as condições sob as quais as forças políticas podem ser mobilizadas com êxito contra a degradação do ambiente. Relativamente à primeira questão é quase polémico afirmar que as transformações de ordem económica e demográfica são causas relevantes de degradação do ambiente. Contudo, vale a pena examinar, com mais atenção do que por vezes se presta, os mecanismos exactos que estas forças põem em movimento. Além de considerar estas vias de explicação já gastas, o autor examina, também o duplo papel do poder político e cultural ao favorecer a degradação do ambiente e, em raras ocasiões, ao tentar pôr-lhe termo. A emergência de movimentos políticos que tentam impedir a destruição do ambiente é um dos efeitos mais significativos da actual degradação do ambiente. Se estes movimentos conseguem, ou não cumprir a sua vocação política é outra questão. O autor, nesta obra, procura reflectir sobre as questões através de um estudo da obra de quatro sociólogos contemporâneos: Anthony Giddens, André Gorz, Jurgen Habermas e Ulrich Beck. Existem bons motivos para se usar de prudência nesta abordagem. Em primeiro lugar, a herança teórica que nos foi legada pela teoria social clássica tem algumas limitações substanciais, tanto no âmbito do estudo das relações entre sociedades e os seus ambientes, como no âmbito das origens de uma política de ambiente. Em segundo lugar, o estudo da relação entre o ambiente e as sociedades humanas é necessariamente uma matéria interdisciplinar; confiar numa única disciplina, embora rica e variada, seria uma atitude profundamente restritiva. Em terceiro lugar, os quatro escritores em que o autor se concentrou não foram os únicos teóricos contemporâneos a dedicar atenção à relação entre os mundos social e natural, ou à origem e futuro dos movimentos sociais ambientalistas. Em defesa desta abordagem, o autor admite que as bases da teoria social contemporânea do século XIX prestam uma ajuda bastante limitada nas respostas às suas perguntas e que, de qualquer modo, teremos de recorrer a outras disciplinas. Mesmo assim, nesta obra, tenciona contudo o autor analisar, se bem que sucintamente, a herança da teoria social clássica e, em particular, a obra de Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim. Ao fazê-lo, pretende que, apesar de problemas consideráveis, a teoria social contemporânea constitui apoio quanto às questões que lhe interessam. DAVID GOLDBLATT é leitor na Open University.