Com o talento para desenterrar corpos e esqueletos da nossa mente, denunciando aspectos sombrios da sociedade, Karin Alvtegen ganhou o título de rainha do noir sueco. Apresentada aos brasileiros em A procurada — sucesso de público e crítica —, ela retorna em Traição, uma trama onde violência e desejos obscuros funcionam como bufões de uma corte emocional. Uma narrativa tensa, na qual a autora reina soberana, sem jamais perder a majestade. Karin Alvtegen tece um suspense de dimensões existenciais. As motivações íntimas e secretas de cada personagem, seus vícios e simulações, mentiras e traições, constroem um ambiente viciado e claustrofóbico. Eva deseja que sua família — o marido Henrik e o filho Axel — se encaixe no modelo tradicional e seguro no qual cresceu. Acredita preenchidas suas expectativas mais pessoais. Tanto as profissionais, como as sentimentais. Seu sonho desmorona ao descobrir a infidelidade do marido. Henrik, incapaz de confessar o adultério, mente sem nenhum remorso. Destroçada com a traição, Eva não se atreve a procurar uma saída franca para a raiva e, no lugar, elabora um plano de vingança. A vida segue aparentemente igual, mas a família sofre com uma atmosfera asfixiante de medo e incerteza. E nessa situação limite, o relacionamento casual de Eva com Jonas, um jovem solitário, que mantém vigília pela namorada em coma, terá conseqüências surpreendentes. Traição é uma trama insidiosa e elegante. Uma história de dor e decepção. Uma armadilha literária, onde a Karin expõe o comportamento destrutivo e suas conseqüências imprevisíveis. “Apaixonante e corajoso. Alvtegen: guarde este nome.” The Guardian