O desejo de ouvir e de contar histórias atravessa os tempos. A narrativa é a guardiã da memória. Num estilo elétrico, enunciativo e coloquial, Emanuel Medeiros Vieira cria uma intensa e erótica história do mar. Como "esponja" que tudo observe, o autor está profundamente ligado aos acontecimentos circundantes. O núcleo do romance é o tempo e sua passagem. A sensação de finitude e da precariedade das ações humanas diante da máquina da existência atravessa o livro. Mas, acima de tudo, paira a paixão: a obra é um visceral hino de amor à vida e à luta eterna de todos os homens para engrandecê-la.