Talvez o principal mérito desta obra não seja tanto sua impecável e não pouco profunda abordagem do sempre fascinante tema das pirâmides do Egito e as questões referentes à sua construção, mas sim a introdução de uma análise rigorosamente cientifica, visando, à luz dos conhecimentos técnico-cientificos de nossa época, elucidar quais os recursos reais que a Antigüidade tinha à disposição para a ereção de monumentos tão surpreendentes. Não mais poderemos aceitar a tosca e ingênua afirmação de arqueólogos que descuidaram de sua formação em ciências exatas, ao sabermos, por exemplo, que os blocos de mármore do revestimento da Grande Pirâmide estavam "normalizados" opticamente, segundo padrões que hodiernamente seriam considerados rigorosos. Para dar uma idéia desta tarefa, bastará dizer que o talhado óptico destes blocos de mármore, de 16 toneladas cada um, representa uma façanha comparável tecnicamente ao polimento do espelho do telescópio do Monte Palomar (EUA). Como o revestimento completo comportava 25 mil blocos, concluímos que os egípcios da IV Dinastia produziam em massa aquilo que a industria moderna só produz artesanalmente. Este e muitos outros exemplos da enigmática técnica usada pelos antigos egípcios (enigmáticos por não termos descoberto ferramenta alguma que permitisse tamanhas façanhas de industria), são examinados com impecável rigor cientifico pelo Autor, internacionalmente conhecido e respeitado, que dirige o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Córdoba (Argentina), alice O principal mérito desta obra não é sua impecável e profunda abordagem sobre o fascinante tema das pirâmides, mas sim a introdução de uma análise rigorosamente científica.