Admiradores e críticos ferrenhos do regime cubano concordam pelo menos em um aspecto: a revolução liderada por Fidel Castro, vitoriosa em 1959, pôs fim à ditadura de Batista e de uma série de governos corruptos, detestados pelo povo. Outro ponto de acordo entre partidários e detratores de Fidel é sua incomum habilidade oratória, o fascínio e a influência que suas palavras sempre exerceram sobre as multidões. O filósofo e sociólogo paquistanês Tariq Ali reúne discursos de Fidel que representam três marcos na trajetória política que o líder cubano traçou em seu país: "A história me absolverá", autodefesa perante o tribunal, em 1953; o pronunciamento em praça pública proclamando a independência da ilha em relação aos Estados Unidos, de 1961; e o discurso de reação ao bloqueio que Washington impôs a Cuba, depois do episódio da baía dos Porcos, em 1961.