Jornalista e editor, o norte-americano Ambrose Bierce escreveu ao longo da vida, e publicou esparsamente em jornais políticos e de humor, pequenos verbetes que defi­niam os mais variados temas com uma dose carregada de inteligência e sarcasmo. Se dicionário, na definição de Bierce, é um maligno instrumento literário para limitar o crescimento de um idioma e torná-lo duro e inelástico, o que temos na reunião de seus verbetes, supostamente escritos pelo Diabo, é exatamente o oposto: as palavras ganham vida e história, se adensam e zombam de si mesmas, construindo um imagi­nário próprio, elástico e vivo.