O livro Discursos em perspectiva objetiva prolongar o sabor do saber apresentado pelos convidados do III Simpósio Internacional de Estudos Discursivos (SIED) em suas conferências. Banquete teórico-analítico, a obra se oferece aos leitores como a comida se estende à mesa, à espera de ser degustada e digerida. Composto por “pratos” típicos de diversas culinárias epistemológicas distintas, tenta carnavalizar perspectivas, postas em diálogo, ao paladar reflexivo de quem lê e analisa não apenas com os olhos, a boca e a mente, mas com o corpo inteiro. Comer como antropófagos significa digerir sem engolir verdades, mas ruminar sabores que, ao mesmo tempo, fazem parte do mesmo prato e se distinguem com seus sabores peculiares. Nessa interação que não se amalgama está a riqueza do embate proposto, tanto nas teorias quanto na prática, como ato de prolong-ação de linguagens que constituem sujeitos tanto quanto as humanidades, por meio das linguagens, se constituem. Pintura, mídia, canção, criança, literatura, crise, auto-reflexão são alguns dos sabores que, antes de ter contato com a língua de cada leitor, espalham seu sabor pelo cheiro. Cheiro de linguagem que aguça os olhos e o paladar. Diversos sabores compõem os saberes que, para serem digeridos, pedem mentes, corpos e almas abertos à experimentação, tanto do conhecido e costumeiro quanto do novo, estranho a si. Prontos a experimentar? Ótima digestão porque, como diz Rodrigo S.M, no final de A hora da estrela, “é tempo de morango”.