Rápido, escolhe uma roupa. Isso aqui é um bar. Vem. É uma estreia. Caio Riscado provavelmente não tem roupa pra isso. Mas também não vai pelado. Foi autorizado a tirar a roupa, numa página, mas não tira. Caio escolhe entre as roupas que não tem. Empresta os corpos que tem. As filhas que não teve. É ele que serve os copos, nunca cheios, nunca na mesma altura. Temos a imagem de seu peito, de seu desacerto. Conversar ele sabe (e muito bem, todo mundo sabe), mas não quer. Quer escrever. E agora você pode ler, mesmo que esteja tímida: bonitinha, () poesia é você me comendo/sem me olhar nos olhos. Veja: a bicha ama um problema: o problema da tradução, do amor dos homens, da falta de corpo para certos dias, da falta de intimidade das pessoas com a solidão, da esperança ser um trapézio impendurável; o problema de esquecer tudo que a gente já foi capaz de imaginar, das possibilidades estúpidas estampadas nas portas dos banheiros, dos personagens que não enfrentamos, [...]