A autora fundamenta sua investigação na teoria psicanalítica conceituada por Freud e Lacan, usando como metodologia, elementos da análise de discurso da escola francesa criada por Michel Pêcheux. A discussão que propõe compartilhar com os leitores, se introduz imediatamente no título do livro, quando evita tratar esse período da vida, com adjetivações como: terceira idade, melhor idade, idoso, que segundo sua visão, podem encobrir um preconceito com relação a uma etapa fundamental da vida de qualquer ser humano, uma etapa da condição humana. De forma corajosa, aborda a questão da sexualidade e o amor desde uma perspectiva psicossexual, ou seja, que leva em consideração a vida erótica, a capacidade de amar, para além dos limites cronológicos. Baseando-se no argumento de Lacan(1985), que em relação a sexualidade, todos os sujeitos estão em igualdade, desde a criança até o adulto, a autora vai identificar no discurso de suas entrevistadas que a idade não interdita a manutenção dos sonhos, das fantasias amorosas e eróticas, o interesse pelo jogo da sedução, pois a sexualidade não é prerrogativa dos jovens em função de seus atributos físicos. Na velhice, a mudança física é acompanhada de um câmbio estético. Portanto, o livro é uma homenagem, para aqueles que venceram a passagem do tempo e, por isso, envelheceram.