(...) e foi deslumbrante ver o arvoredo, o frescor das folhagens, a água cristalina, as aves e a amenidade do clima. Vontade tenho de não mais sair daqui. E, para descrever aos Reis as coisas que vi, não bastariam mil línguas ou mil mãos para escrever, pois parecíamos encantados... e logo apareceu gente nua e todos que vi eram jovens, muito bem-feitos; os cabelos grossos como crinas de cavalo... e se pintam de preto e vermelho e são da cor dos canários, nem negros nem brancos. Não andam com armas, que nem conhecem, pois lhes mostrei espadas que pegaram pelo fio e se cortaram, por ignorância, sorrindo encantados para nossos guizos e miçangas (...) Cristóvão Colombo (1451?-1506) foi um dos maiores navegadores da história - "todos os mares em que hoje se navega, eu os percorri", escreveu aos reis da Espanha, em 1501. Apaixonado pela idéia de chegar ao Oriente pela rota do Oeste, venceu o desafio das lendas e navegou na direção do poente. Disposto a atingir a qualquer preço o mundo fabuloso descrito por Marco Polo, até o fim de seus dias Colombo recusou-se a admitir que havia descoberto um novo mundo. Morreu na miséria, desacreditado. Séculos mais tarde, viria a ser consagrado como um dos maiores descobridores da história do planeta. Seu fascinante diário da descoberta da América é um relato poético inesquecível.