"O modernismo argentino é tão rico quanto o brasileiro, mas segue injustamente desconhecido no Brasil. Este é um livro que contribui com brilhantismo para alterar esse cenário. Sonhos da periferia é um retrato poderoso e multifacetado da inteligência argentina na década de 1930, desde os primórdios do contexto de emergência da vanguarda, passando pelo projeto cultural vitorioso da revista SUR, até o registro das experiências de vida e de trabalho de letrados profissionais que sobreviviam à custa de encomendas da indústria editorial."O modernismo literário brasileiro costuma ser medido em relação à Europa e aos Estados Unidos. Mas o que acontece quando olhamos para os nossos vizinhos mais próximos, os argentinos? É essa a pergunta a que o sociólogo Sergio Miceli vem respondendo desde o início dos anos 2000, quando começou a se debruçar sobre a produção argentina dos anos 1920 e 1930. Este livro joga nova luz sobre a questão. Enquanto no Brasil foi se configurando um regime de cooptação dos intelectuais pelo Estado, no país vizinho a inteligência subsistiu dependende do mecenato privado. A revista SUR, criada em 1931 e foco da análise na primeira parte deste livro, foi um grande emblema da maturidade de um cmapo de produção cultural subsidiado por patronos da elite. Foi um experimento único, sem paralelo na história intelectual brasileira. Na segunda parte da obra, o autor aborda as trajetórias de Alfonsina Storni e Horacio Quiroga. Rechaçados pelo grupo de Jorge Luis Borges, com o passar dos anos eles ganharam status de escritores singulares e originais, testemunhos incontornáveis de transformações de peso no campo literário. Miceli mostra com brilho como os projetos bem-sucedidos de história da literatura argentina, nas últimas décadas, lhes conceram espaço e tratamento crítico condigno. Sonhos da Periferia é um retrato poderoso e multifacetado da inteligência argentina na década de 1930, desde os primórdios do contexto de emergência da vanguarda, passando opelo projeto cultural vitorioso da revista SUR, até o registo das experiências de vida e de trabalho de letrados profissionais que sobreviviam à custa de encomendas da indústria editorial.O modernismo literário brasileiro costuma ser medido em relação à Europa e aos Estados Unidos. Mas o que acontece quando olhamos para os nossos vizinhos mais próximos, os argentinos? É essa a pergunta a que o sociólogo Sergio Miceli vem respondendo desde o início dos anos 2000, quando começou a se debruçar sobre a produção argentina dos anos 1920 e 1930. Este livro joga nova luz sobre a questão. Enquanto no Brasil foi se configurando um regime de cooptação dos intelectuais pelo Estado, no país vizinho a inteligência subsistiu dependende do mecenato privado. A revista SUR, criada em 1931 e foco da análise na primeira parte deste livro, foi um grande emblema da maturidade de um cmapo de produção cultural subsidiado por patronos da elite. Foi um experimento único, sem paralelo na história intelectual brasileira. Na segunda parte da obra, o autor aborda as trajetórias de Alfonsina Storni e Horacio Quiroga. Rechaçados pelo grupo de Jorge Luis Borges, com o passar dos anos eles ganharam status de escritores singulares e originais, testemunhos incontornáveis de transformações de peso no campo literário. Miceli mostra com brilho como os projetos bem-sucedidos de história da literatura argentina, nas últimas décadas, lhes conceram espaço e tratamento crítico condigno. Sonhos da Periferia é um retrato poderoso e multifacetado da inteligência argentina na década de 1930, desde os primórdios do contexto de emergência da vanguarda, passando opelo projeto cultural vitorioso da revista SUR, até o registo das experiências de vida e de trabalho de letrados profissionais que sobreviviam à custa de encomendas da indústria editorial.