A eficácia científica impôs a procura crítica da verdade como critério último em matéria de formação, na esperança de um encontro harmonioso entre verdade, liberdade individual e justiça social. No entanto, a subtileza dos problemas sociais e éticos levantados pelas ciências e pelas técnicas, que não fornecem os meios para a sua resolução, esvazia o ideal socrático. É a vingança de Protágoras e da opinião, do poético e da retórica. Em virtude dos seus próprios limites, a verdade que a razão científica descobre e que ela mesma constitui, já não se revela capaz de, sozinha, criar um sistema de educação. Associada à crítica filosófica, deve partilhar o seu poder - sem, no entanto, se diluir nele - com o poder político e o dos media. HENRI ATLAN, médico e biólogo, professor em Paris e em Jerusalém, é autor de numerosos trabalhos no domínio da biologia celular, biofísica e inteligência artificial. É membro do Comité Consultivo Nacional da Ética para as Ciências Biológicas e Médicas.