´Quanto aos meninos - decepadores de línguas, amputadores de avós, transformadores de mães em pacas e onças - seria terrível, para qualquer senso de justiça, se terminassem no macio das nuvens. [...] Assim sendo, a imaginação indígena preferiu deixá-los onde estavam, e, pela maldade praticada, os condenou eternamente a passar as noites olhando a terra, arregalado. Os olhos úmidos [...] são as estrelas que lampejam por sobre a aldeia bororó.´ O mito como quem não quer nada, parecendo fantasia, trabalha nossas emoções mais profundas. Criança, tanto quanto adulto, pode ser cruel, se estiver com medo de algum castigo. Para encobrir um erro, vai cometendo outros piores. Os meninos bororós não são diferentes. Assim diz a incrível lenda que dá nome a este livro, povoado de outras tantas lendas fascinantes do folclore indígena brasileiro.