Estruturado em quinze capítulos, o romance compõe-se como uma sequência de quadros representativos de um tipo de vida brasileira em formação. A narrativa de "Mau-olhado" dá-nos um impressionante retrato da vida rural no nordeste paulista, região rara no imaginário da literatura brasileira. Em tempos de escravidão, o cotidiano dos habitantes desse espaço sertanejo, meio selvagem, é artisticamente evocado em imagens dos trabalhos na pecuária e no complexo da cana-de-açúcar, de festas e outras manifestações da cultura regional, folclórica ou não, em meio a uma atmosfera carregada de crendices, religiosidade, amores proibidos, loucura e violência, em que se desenrola a trágica história do jovem padre Olívio e de sua madrasta, também jovem, Maria Isolina. "À grande tela em que o autor trabalhou com ciência e vigor, não faltou nenhuma pincelada para o seu bom acabamento. [...]" (Lima Barreto)