Este livro, em co-edição com a Edusp, faz um apanhado das normas e teorias que embasam a poesia escrita em Portugal no decorrer do século XVII. O livro traz uma série de poemas, desde os que eram chamados ?sérios ou honestos?, até os que provocam o riso. Poetas como Violante do Céu, Jerônimo Baía, António Barbosa Bacelar, Tomás de Noronha e Francisco da Fonseca Soares, dentre outros menos conhecidos, têm seus poemas estudados segundo os padrões poéticos que circulavam no próprio século em que foram escritos. Esta é a marca deste livro: ele não tenta inaugurar um termo para cada realização poética identificada, como é de praxe na crítica literária, nem tomar procedimentos tão antigos quanto a arte de fazer poesia como se se tratasse de novidade, antes, procura reconhecer nessa poesia portuguesa a realização de procedimentos e técnicas desde sempre praticados pelos mais importantes autores da poesia ibérica, levando em conta desde a imitação da poesia de Luís de Camões e Luís de Gôngora, até os modelos de poetas antigos, como latinos e gregos, igualmente imitados pelos seiscentistas. Com base na interpretação de artes poéticas e retóricas antigas e coevas, escritas em Portugal, Espanha, Itália e França, este livro apresenta os principais conceitos que pautavam a escrita e a circulação da poesia em Portugal, (os mesmos princípios aplicam-se ao Brasil da época). Noções como decoro, agudeza, engenho, gênero e contrafação são tomados como base da poesia em questão. O livro traz, de resto, um estudo pormenorizado da metáfora como principal figura de linguagem seiscentista. Este trabalho interessa a professores de literatura, estudantes de letras e quaisquer leitores da poesia escrita em língua portuguesa.