A realidade de uma das maiores favelas do Brasil. A relação entre violência e crescimento das igrejas evangélicas. O papel das religiões e a luta constante entre o Bem e o Mal nas comunidades carentes. Tudo isso é abordado por Marcos Alvito no livro As cores de Acari: uma favela carioca, que resgatar as múltiplas estórias de vidas humildes que formam o conjunto habitacional Complexo de Acari. Durante três anos Marcos vivenciou a rotina da comunidade e registrou, em detalhes, a chamada zona vermelha, expressão usada por policiais na década de 1990, em referência a Acari, considerada pelas autoridades uma favela de alta periculosidade à época. A expressão bicho-de-sete-cabeças, como simplificou um morador, serviu como pano de fundo para o estudo de Marcos Alvito. As sete cabeças seriam a mídia, a polícia, políticos e autoridades, as organizações não-governamentais, as igrejas, a comunidade e o tráfico, bem como a atuação de cada um deles. O autor procurou retratar um profundo processo de transformação da visão de mundo que estilhaçou as redes de sociabilidade, construindo uma realidade marcada por oposições: o branco e o negro, policiais e bandidos, o Bem e o Mal, e Deus e o Diabo na terra de Acari. Ilustrado com fotos, As cores de Acari é, na verdade, o espelho de tantas outras favelas brasileiras que sobrevive à sua complexida.