“A maior parte dos domicílios brasileiros urbanos é construída pelos seus próprios moradores. Embora constitua mais regra do que exceção essa forma, pré-moderna, de construção de cidades é relativamente invisível. Sem licença municipal, sem leis (códigos de edificações, zoneamento, parcelamento do solo, leis ambientais.), sem registro regular de propriedade, sem financiamento público ou privado, sem arquitetos, sem engenheiros, sem segurança geotécnica ou jurídica, enfim, sem Estado e sem mercado imobiliário formal, o povo ocupa terras que não interessam ao mercado imobiliário hegemônico. A partir dos anos 50 e 60 do século XX, quando a sociedade brasileira passa a ser predominantemente urbana, uma iniciativa de arquitetos pela Reforma Urbana lança os primeiros passos para mudar essa condição de desigualdade social em consonância com o movimento social pelas Reformas de Base no Brasil.