A antropóloga Mirian Goldenberg, uma das mais importantes referências em debates sobre relacionamentos e diferenças de gênero na cultura brasileira, desde 2007 também estuda o envelhecimento. Agora, ela reúne artigos de renomados especialistas nacionais e estrangeiros sobre o tema. Corpo, envelhecimento e felicidade aborda de forma crítica o assunto e revela as perdas e, principalmente, os ganhos com o avançar da idade entre homens e mulheres. “O objetivo é investigar de que maneira homens e mulheres vivenciam, percebem e elaboram as mudanças corporais, culturais, sociais ou psicológicas oriundas da passagem do tempo”, explica a organizadora.As reflexões seguem a linha de pesquisa de Mirian, que investiga as mudanças em homens e mulheres entre os 50 e 90 anos pertencentes às camadas médias urbanas. As conclusões revelam pontos negativos, que passam pela insatisfação com o corpo, a solidão e o temor feminino de se tornar “invisível”, mas também mostram benefícios. Muitos acreditam que mais importante que as perdas são os ganhos, como a liberdade associada a mudanças positivas, a sabedoria, aceitação, entre outros.Os textos apresentados foram produzidos para o seminário internacional que levou o mesmo nome do livro e ocorreu na UFRJ, em 2010. Letícia Casotti, Yvonne Maggie, Maria Laura Viveiros de Castro e Jean-François Véran, entre outros falam sobre temas “Consumo da beleza e envelhecimento”; “A cor e os corpos jovens e velhos”; “Baianas e Velhas Guarda: corpo e envelhecimento no carnaval carioca”; “Respeito é bom e elas merecem”. A crítica e a necessidade de transformação caminham juntas nesta busca pela identificação das dificuldades e a necessidade de soluções e alternativas individuais e sociais para a conquista da felicidade dos brasileiros que estão envelhecendo.