Realizamos neste livro uma análise crítica dos contos machadianos, partindo de contribuições sociológicas acerca do fenômeno da escravidão, evidenciando-a nos fatores estéticos da linguagem que constituem essas obras literárias. Aparecem materializadas esteticamente ambiguidades de visões acerca do poder no sistema escravista brasileiro: ora esse poder é legitimado, ora esse poder é denunciado, em virtude da polifonia das vozes que constroem o discurso literário nos contos. Assim sendo, analisamos a relação dialética entre os estereótipos do negro na sociedade escravocrata do Brasil no século XIX e os recursos formais do texto machadiano, por meio dos quais é representada a escravidão de negras e negros.