Schopenhauer não escondera de amigos e seguidores a existência de um manual zelosamente guardado que costumava chamar de Eis heuatón - como as célebres memórias de Marco Aurélio. Depois de sua morte, o executor testamentário, Willen von Gwinner as utilizara para escrever uma biografia do filósofo. Iniciado em 1821 e continuado nas décadas seguintes, este "livro secreto" era constituído provavelmente por mais ou menos trinta páginas repletas de anotações autobiográficas, recordações, reflexões,normas de comportamento, máximas e citações que Schopenhauer registrara como aquilo que era mais importante para ele, como uma espécie de essência de sua própria sabedoria de vida: as regras de uma arte de conhecer a si mesmo e, ao mesmo tempo, tornar menos difícil a convivência com os outros e a orientação no mundo.