Nova economia, novo crescimento, novas tecnologias, novos mercados, novos empregos... A acreditar nas compilações de success stories e nos discursos de um bom número de industriais e homens da política, nós teríamos conquistado o Eldorado. Contudo, o exame dos números e dos modelos da nova economia aconselha-nos a ser mais prudentes. De facto, ninguém refuta as estatísticas truncadas sobre o crescimento do emprego, nem repara que a "nova" economia mais não é do que a metamorfose do liberalismo, construída segundo as mesmas regras e sujeita aos mesmos acasos. O entusiasmo militante e a desinformação mascaram os verdadeiros objectivos das mutações vividas pelas sociedades de hoje: será que desejamos submeter a organização do trabalho e a mundialização da economia às redes da tecnologia e da finança, deixando que decidam o nosso destino? Para Jean Gadrey, é à acção pública que compete elaborar as medidas que evitem os riscos sociais da desregulação dos mercados e da nova governabilidade das empresas