Foram mais de 10 mil quilômetros rodados pelo litoral, do Chuí a Belém. Quando aceitaram o desafio de registrar os faróis brasileiros, os fotógrafos Cesar Barreto e Gabi Carrera não imaginavam a maratona que empreenderiam ao longo de três meses ininterruptos por céu, mar e terra. Gozando de total liberdade para eleger suas linguagens visuais para o ensaio fotográfico, Cesar e Gabi exploraram infindáveis ângulos dessas construções carregadas de valor simbólico, guardiãs do litoral cujas luzes são fontes de segurança e conforto para navegadores. Talvez essa liberdade tenha sido o gatilho que levou os fotógrafos a percorrem locais por vezes tão vastos e solitários como o Chuí, no extremo sul do Brasil, cujas areias eram varridas pelos ventos inclementes, agrestes como os penhascos rochosos da ponta do Cabo Frio, cujo farol demanda uma caminhada de tirar o fôlego de quem carrega câmeras, lentes e tripés, ou remotos como o Arquipélago de Abrolhos no litoral baiano.