Há 15 anos Anne Shirley está casada com Gilbert Blythe, e agora é mãe de seis filhos travessos. Esses meninos e meninas descobrem um esconderijo, e dão a ele o nome de Vale do Arco-íris. O que eles não imaginam é que seu mundo encantado seria invadido por uma estranha família, o clã Meredith, do novo pastor presbiteriano que tinha acabado de se mudar para a casa paroquial nas proximidades de Ingleside. Com dois filhos e duas filhas, e uma velha tia, esse exótico grupo dará o que falar na pequena vila de Glen St. Mary. Mas as surpresas não acabam por aí: logo uma garota órfã fugitiva chamada Mary Vance é encontrada em um velho celeiro. Os filhos do pastor e a órfã fugitiva se juntam aos filhos de Anne em seu esconderijo particular, para realizar seus planos de salvar Mary do orfanato e viver as mais inusitadas aventuras. Em meio a tudo isso, o solitário pastor necessita encontrar uma esposa, e um galo de estimação corre o risco de acabar na panela. Degolarratos (Scannasurice) é uma peça do dramaturgo italiano Enzo Moscato, encenada poucos anos após o terremoto de Irpinia, de 1980, e constitui-se como metáfora do desmoronamento não apenas físico, mas também humano e social, que atingiu Nápoles e toda a sua cultura milenar na década que se seguiu. Na visão de Enzo Moscato, intitulado hoje poeta da cena italiana, o trauma coletivo do terremoto provoca um corte, seco e definitivo, com a língua, a música, a cultura e a identidade napolitana do passado. Degolarratos é um monodrama, cujo personagem é um travesti que vive em um subterrâneo desolado, nos Quartieri Spagnoli. A estrutura dramatúrgica da peça alterna momentos distintos nos quais o protagonista, o Degolarratos , dialoga com os ratos, metáfora dos napolitanos, os quais, perante ao real sismo de 1980, não se uniram para reconstruir e curar as feridas da cidade e da sociedade.