O leitor é convidado a acompanhar a madura Alice, do filme Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, baseado no livro homônimo de Lewis Caroll, por um passeio em um lugar chamado Orkut. O principal intuito é observar a rede de relacionamentos de um ponto de vista lúdico e estreitar os laços entre o discurso acadêmico na área de comunicação e o cotidiano compartilhado por todos nós na contemporaneidade. Não se trata de uma melancólica análise sobre um lugar tão distante quanto desatualizado, tampouco de uma análise sobre a personagem de Carroll. Seu interesse é atentar para os chamados perfis fakes, que ompuseram e compõem os milhões de membros da supracitada rede, em alusão a alguns romances oitocentistas, escritos por meio de cartas, concebidos por meio de estratégias semelhantes. Comparar a iluminista subjetividade dos indivíduos do século XVIII com a nossa, e dialogar com o Facebook e o Twitter, apresentando o caráter fictício de seus usuários, por fim, refletem o interesse em questões como o nonsense, o senso moral, o jogo, em um universo cujas regras nem sempre se mostram claras.