Me perdi no labirinto dos teus versos, me encontrei na música de tuas rimas. Me dormi sonhando os teus sonhos, me acordei com o coração aberto, querendo reler de novo tudo que escreveste. E assim será, nas noites sem luas, nas tardes de sol, na restinga da vida. Paulo Cruz. “No entanto, entre as universidades em que estudei e nas várias de que estive – e sigo sendo professor –, raramente encontrei “colegas de ofício” que sequer confessassem, entre confidências de corredor ou em pequenas reuniões de mesa de bar, que, além de teses e artigos curriculares, escreviam também literatura. E imagino que, entre todos, alguns as guardavam para eles mesmos, e outros, poucos, os davam a ler em pequenos círculos de amigos. E outros, mais raros ainda, os publicavam editorialmente. Entre estas diferenças sobre “o que fazer com a minha outra escrita”, talvez sejam mais frequentes do que imaginamos os habitantes de “uma margem e a outra do rio da escrita”. Carlos Brandão.