Obscurecida pelo desenlace da Primeira Guerra Mundial e pela proximidade da ascensão do nazismo, a revolução alemã de 1918-1919 não se encontra entre os acontecimentos mais lembrados nos manuais de história brasileiros. Contudo, foi no contexto revolucionário que o país deixou de ser uma monarquia e pela primeira vez constituiu um regime democrático, a República de Weimar. Depois de quatro anos e meio de combates e de sacrifícios internos, o descontentamento generalizado fortaleceu a política partidária, trazendo para o primeiro plano a poderosa coalizão social-democrata, que abrigava, entre suas fileiras mais radicais, a Liga Espartaquista, liderada por Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht. Os primeiros anos da República de Weimar foram um experimento político inédito de democracia radical, com a formação espontânea de conselhos autogeridos em vários estamentos sociais. Esse período rico e conturbado é o cenário de Munique 1919 Diário da revolução, feito de anotações do (...)