Diz o ditado que o que os olhos não vêem, o coração não sente. Tartufo, de Eva Furnari, se apropria do dito popular invertendo um pouco a ordem das coisas. Para a história, melhor seria patentear a frase: o que o coração vê, os olhos sentem, e na hora! Ferdinando de Alcatrão é um príncipe bacana, mas que, como qualquer mortal, de vez em quando tem lá seus dias de mau humor. Percebe-se isso com o aparecimento de uma nuven esquisita que se manifesta ao menor sinal de baixo astral. E, para voltar ao estágio de paz e alegria, chamam logo quem?! O bobo da corte. Só que de vez em quando nem o bobo está a fim de fazer graça. Foi o que aconteceu justamente na festa-baile durante a qual o príncipe escolheria a princesa do reino. Na hora em que o príncipe iria dançar a Valsa-das-Princesas com a primeira candidata, uma surpresa: as nuvens começaram a se agitar. E o bobo? Cadê o bobo? Desaparecera. O tumulto se instala. Os músicos voltam a tocar para distrair a platéia. O rei e a rainha fazem a sua parte, rodopiando no salão de forma engraçada, tudo para divertir os convidados. Quando a dança termina, o príncipe, já calminho da silva, sem nuvem nenhuma por perto, resolve sentar-se.