“Mulher não identificada é encontrada à beira da morte com o crânio esmagado na rua das Laranjeiras, movimentando hoje o bairro de classe média alta”, essa foi a manchete que não saiu nos noticiários no dia em que Margarida Souto, advogada e ativista, conhecida internacionalmente pelo seu trabalho em defesa de vítimas de violência doméstica, voou da sacada do seu apartamento. Tampouco o marido, também conhecido defensor das mulheres, popular nas redes sociais com dicas sobre como reconhecer o comportamento de um abusador, notificou seu desaparecimento. Os vizinhos não sabiam quem ela era, um problema com pássaros madrugadores ocupava seus pensamentos, não alguém quase morto no asfalto.