Doces húngaros é uma coletânea de receitas que, provenientes da confeitaria austro-húngara, foram elaboradas por Dorothea Hidas Piratininga. São receitas repletas de minúcias e ilustradas com belas histórias que foram transmitidas por gerações e, em 1957, desembarcaram no porto de Santos com a família da autora, após a longa viagem para cruzar o Atlântico. Nasci em Budapeste, conta Dorothea, e, como filha de imigrantes, minha história se confunde com a de muitos outros estrangeiros que chegaram a São Paulo com a família, sem bagagem, mas com muita coragem. Sem dúvida, uma das maneiras mais ricas de manter as tradições e a cultura de um povo é pela preservação e difusão de sua gastronomia. Assim, marcam-se não apenas os hábitos alimentares da região de origem, mas também o zelo e a dedicação no preparo dos alimentos. Dorothea narra esse zelo em particularidades da família, como os toques de café numa receita ou o hábito que a mãe tinha de colocar favas de baunilha para aromatizar o açúcar utilizado na feitura dos doces. São detalhes que realçam os sabores e acabam fazendo a diferença. Além disso, o livro está repleto de histórias e costumes austro-húngaros. Por exemplo, é marcante a importância de oferecer doces às visitas, num carinhoso gesto de boas-vindas e Volte sempre. Há ainda muitas referências históricas ao Império dos Habsburgos que estão associadas à tradição confeiteira como a criação da torta Dobos, que foi primeiramente ofertada ao imperador Francisco José II e à imperatriz Elisabete (Sissi), depois viajou por toda a Europa e hoje é motivo de festa na Hungria. São 25 receitas de bolos, tortas, pães. Dentre elas, há pão doce de nozes, strudel, massa folhada e até sopa doce um verdadeiro convite para conhecermos mais essa magnífica tradição de confeitaria, experimentarmos novos ingredientes e combinações e, claro, descobrirmos um pouco mais sobre a história e cultura daquelas terras.