Em Manoel de Barros:a poética da infância e dos espaços, Alan Bezerra Torres opta por fazer uma leitura de dois dos signos vitais da poesia manoelina - infância e Pantanal - a partir de seus livros iniciais: Poemas concebidos sem pecado (1937), Face imóvel (1942) e Poesias (1956). Segundo Torres, a artesania poética que redunda nessa escritura primeira "gera uma tensão entre as categorias campo e cidade", e é essa particularidade que o incita a verificar como a poesia de Barros cria, através da recordação da infância, cenários característicos para as modalidades de espaço, trazendo para a cidade, o mais das vezes, uma feição negativa, de desconforto para o eu lírico, em contraste com o campo, lugar que se lhe revela como idílico.