Durante muito tempo o homem acreditou viver no centro de um mundo concebido em função dele. Depois, com as descobertas científicas, este finalismo ingénuo foi derrotado e finalmente banido do campo da ciência. Mas eis que os conhecimentos mais avançados dos mecanismos dos seres vivos parecem dar novamente vida ao finalismo. É esta hipótese que o trabalho inovador de Denton explora em pormenor, ao detalhar a longa série de coincidências necessárias para que a vida possa existir, e mostra que tudo ocorre como se o conjunto das leis do universo estivesse coordenado para atingir este objectivo. Esta conclusão abre perspectivas fascinantes. Se a vida é um processo dirigido que escapa ao acaso, deve apresentar sempre a mesma natureza: Denton sustenta desta forma que a vida é um programa que ocorre num meio aparentemente ordenado de o conseguir. MICHAEL DENTON, bioquímico e genetista, professor da Universidade de Otago (Nova Zelândia) e antigo director do Centro de Genética Humana de Sidney, dirige um programa internacional de investigação sobre este tema, sob a égide do National Institute of Health, americano. É um dos especialistas mundiais em doenças genéticas dos olhos.