Quando Coraline ouviu pela primeira vez Me empresta o lápis cor de pele? e procurou entender o sentido daquela pergunta, o leitor foi presenteado com uma personagem questionadora que, sobretudo, colocava sua questão identitária em evidência. Em Um lugar para Coraline, a pequena traz à superfície novas reflexões. Desta vez, a alegoria está em uma competição de natação, que revela de modo sutil problemas sociais normalmente deixados à margem ou minimizados.

Por meio de uma metáfora narrativa e visual, Rampazo apresenta personagens que mergulham em questões como desigualdade e privilégios, mostrando que, na maioria das vezes, quem tem à disposição recursos limitados acaba tendo que se empenhar o dobro para ser melhor do que o melhor duas vezes.